21 de novembro de 2011

O Pão nosso de cada dia!

Sempre gostei de pão. Nego os brigadeiros, os suspiros, as bombas de chocolate, mas o pão é um alimento que não consigo ficar sem. Meu corpo necessita dos açucares dos carboidratos. Há alguns meses quando comecei a pensar na alimentação com mais responsabilidade e com planos para que num futuro próximo eu pudesse vir a ser uma cozinheira de fato, dei início a uma grande mudança na minha alimentação, sem abrir mão do sabor, pois é ele que faz a conexão entre a comida e memória. Quem não se lembra de uma comidinha simples a beira do fogão com quem amamos, com aquele sabor inigualável?
Pois bem, além de comer da minha própria comida, resolvi agora fazer meus próprios pães. E passei a ler sobre eles, a estudá-los, a entender os processos do trigo, do fermento, enfim  a compreender a técnica da panificação. Estou só engatinhando ainda, mas quero levar adiante essa história.
O pão sempre teve um significado muito forte na história do homem e de sua evolução. Segundo alguns estudos o pão nasceu praticamente junto com o controle do homem sobre o fogo. No Egito os homens colocavam uma massa em cima de pedras em alta temperatura, quando a massa secava ela se transformava numa espécie de bolacha. No início os pães eram uma mistura de grãos e água. Com o tempo foi se juntando a isso, ervas, temperos e outros ingredientes e por fim temos hoje uma infinidade de pães. Com as trocas comerciais entre os egípcios e gregos os pães se popularizaram e padarias publicas foram abertas, que recebiam os nome de lares - daí provem a palavra lareira.
No Brasil, apesar de já se ter conhecimento do pão desde a chegada dos portugueses, o pão se popularizou somente no século XIX, pois o trigo não estava presente no cotidiano do homem brasileiro que anteriormente consumia a farinha mandioca e de milho.
Enfim, neste domingo de sol e calor, passei o dia numa cidadezinha do Vale do Paraíba, chamada São Bento do Sapucai, este lugar tem se tornado uma espécie de segunda casa, uma vez que pessoas muito queridas e que de certa forma são minha segunda família tem me recebido com tanto carinho e acolhimento.
Fiz duas receitas de pão, uma de fubá pra não perder a veia caipira, e outra integral com nozes. Não fiz com uma receita exata, uma vez que li várias receitas e como disse anteriormente, tentei entender os processos e técnicas pra depois literalmente colocar a mão na massa. Vou tentar repassar aqui esta experiência.

Pão integral:

02 medidas de trigo integral
01 medida de trigo branco
01 medida de gérmen de trigo
01 colher de chá de sal
01 colher de sobremesa de açucar
45 gr.  de fermento biológico
100 gr de manteiga em temperatura ambiente
Água em quantidade suficiente pra deixar envolver a massa

Comecei misturando o fermento com o açucar e umas colheres de trigo. Logo em seguida coloquei a manteiga, o ovo, o sal, e os demais ingredientes secos. Depois fui colocando água e sentindo a massa se envolver de modo que quando a massa começasse a desgrudar das mãos, eu tirei ela da tijela e coloquei sobre a mesa com a superfície enfarinhada e fiquei sovando durante alguns minutos até sentir a massa totalmente maleável e firme.
Deixei descansar por mais ou menos duas horas debaixo do sol, pra que o fermento pudesse agir. Depois deste tempo sovei a massa novamente e coloquei nozes picadas. Deixei descansar mais uns 40 minutinhos ao sol e forno médio por mais ou menos 30 minutinhos.



Pão de Fubá

02 medidas de trigo branco
01 medida de fubá
45 gr. de fermento biológico
01 colher de chá de sal
01 colher de sobremesa de açucar
01 ovo caipira
100 gr de manteiga em temperatura ambiente
Água em quantidade necessária pra deixar envolver a massa.

O modo de fazer foi igual ao do pão integral. Com o mesmo tempo de descanso ao sol, sovando e descansando. Só que na segunda sova, não acrescentei nenhum outro ingrediente.




Fiz duas massas do Pão de Fubá, uma com uma fubá industrializado, mais fino. Essa massa ficou mais leve, mas não tão gostosa assim. A outra fiz com um fubá da terra, mais grossa que ficou bem mais amarelinha, só que um pouco mais pesada.





Importante saber: O fermento biológico é um microorganismo vivo que para reagir precisa de glicose  (por isso a importância do açucar) e tem o calor como aliado nessa reação. Quem já não ouviu dizer que em dias de frio não pode fazer pão, porque ele não cresce?

P.S.1: Esse lugarzinho em São Bento que me acolhe é também uma pousada. Simples e aconchegante, se chama Pousada Nasa. Seu Donizete e Dona Sandra cuidam de todos os detalhes de um jeito especial. Se quiserem mais informações,  aqui vão os links:

P.S.2: Aproveitei que estava com faca e o queijo na mão, digo o trigo, a água e o forno na mão e fiz uma torta de alho poró com tomates. Segue a fotinha, porque eu acho que foi a torta mais bonita que eu fiz e também porque segundo os comensais presentes ficou divina! Mas a receita eu passo outro dia, certo?
           
           


Bom, e depois de tudo isso fui tomar um banho de cachoeira, porque eu acho mais que merecido!

Evoé!

Um comentário:

  1. Ai, ai, ai!!!
    Vou voltar aqui pra pegar esta receita!!!
    Realmente a cara dela é linda!!!!
    bjks

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